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Entrevista ao Presidente da
Câmara Municipal de Proença-a-Nova,
Eng. João Paulo Catarino

O Eng.º João Paulo Catarino é o novo presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova e o mais novo presidente de câmara do nosso Distrito.
Casado, 36 anos, natural de Casal D’ Ordem, freguesia e concelho de Proença-a-Nova, Engenheiro Florestal de formação e com uma experiência anterior de vereador municipal, acumulada ao longo dos últimos anos, acaba de ganhar as eleições de 9 de Outubro findo, como independente numa lista também ela maioritariamente independente, apoiada pelo PS, e que obteve a maioria absoluta com 58% dos votos.

Do seu curriculum consta já o exercício de algumas funções de relevo a nível associativo e técnico, tais como:
- Presidente e sócio fundador da Associação de Produtores Florestais e Agrícolas do Concelho de Proença-a-Nova.
- Vice-presidente da Federação de Produtores Florestais de Portugal.
- Chefe do Núcleo Florestal do Pinhal Interior Sul, da Direcção Geral dos Recursos Florestais.
- Adjunto do Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas do XVII Governo Constitucional.
Fomos falar com o Eng.º Catarino ao seu gabinete na Câmara Municipal, onde fomos acolhidos com simpatia e cordialidade. O objectivo e o tema da entrevista que se segue – que devem constar da apresentação da entrevista, como mandam as regras jornalísticas – são óbvios: a actualidade e singularidade da sua eleição e o facto de ter sido aluno da nossa escola, do 5º ano até à entrada no ensino superior.

Palmatória – O Sr. Presidente ainda é jovem. Como é do nosso concelho, pensamos que terá estudado na nossa escola, hoje chamada Pedro da Fonseca. Alguns dos nossos pais dizem-nos que foram colegas. É verdade?
É verdade, fui aluno da vossa escola e colega de alguns dos vossos pais, e tivemos como professores muitos daqueles que são hoje também vossos professores.

Palmatória – Gostou de ter estudado nesta escola? Que importância teve na sua vida ter passado pelos bancos desta casa?
Gostei muito de ter estudado e de ter crescido na nossa escola porque no fundo foi aqui que obtive grande parte da minha formação académica, mas não só, a todos os níveis, porque saía de casa às 7 horas da manhã e voltava às 18 horas, facilmente se compreende que somos em adultos muito do que aprendemos na escola, porque é lá que passamos a maior parte do tempo.
E a nossa escola tem uma vantagem muito grande sobre muitas outras que é o facto de ter muitos professores, que olham para os alunos desta escola como verdadeiros filhos, porque conhecem a realidade social da nossa terra, das nossas aldeias, mas também porque são excelentes profissionais e não se limitam a ensinar o que vêm nos programas escolares.
Vocês têm oportunidade, quando deixarem esta escola e ingressarem noutras e se formarem de se aperceber de que foram uns privilegiados, tal como eu fui, por terem como professores pessoas que se habituaram a olhar para os alunos, não como mais um aluno, mas muitas vezes como mais um filho.
E só assim é que se compreende que num concelho com as dificuldades do nosso possa dar tantas pessoas para o ensino superior.

Palmatória – desse tempo aqui passado, tem recordações agradáveis ou referências entre colegas e professores que lhe foram úteis para a vida?
Imensas, e tive recentemente a prova, com as eleições de que as amizades feitas nos bancos da escola, quando são verdadeiras, resistem perfeitamente ao tempo e à distância, e são normalmente eternas, porque são feitos na altura que nós enquanto pessoas somos mais puras, não são feitas por interesses pessoais ou outro tipo de interesse como acontece algumas vezes quando somos mais adultos.

Palmatória - Nos últimos vinte anos, na nossa escola, várias centenas de alunos ingressam no ensino superior. Alguns deles são hoje já quadros da própria câmara.
Que importância dá ao ensino, no nosso concelho, desde o pré-escolar, e que medidas pensa pomar para apoiar este sector?
A escola é sempre o futuro do nosso concelho, é na escola que se fazem os homens e mulheres de amanhã, e por isso nunca teremos um bom concelho nem um bom país se não tivermos boas escolas.
À câmara municipal compete criar condições para que os professores possam realizar o seu trabalho de uma forma digna e motivada, e compete também criar todas as condições materiais e humanas para que os alunos se sintam bem, motivados e felizes na escola, porque só assim podem aprender.
Não vou citar agora aqui tudo quanto pretendemos fazer pelas escolas e pelos alunos do nosso concelho, mas cito apenas algumas medidas em que estamos já a trabalhar:
- Para o próximo ano lectivo vamos requalificar profundamente as escolas do 1º
Ciclo das Moitas, Pedra do Altar e Lameira D’ Ordem.
- Vamos apoiar nos transportes escolares, refeições e aquisição de livros escolares aos alunos provenientes de famílias mais carenciadas.
- Vão poder utilizar a piscina durante as vossas aulas de educação física, a partir de Janeiro.
Estas são apenas algumas das medidas pensadas para vos ajudar em colaboração com os vossos professores e com a Direcção da escola.

Palmatória – Este ano lectivo 20006 celebra-se o 30º aniversário das Escolas preparatória e Secundária de Proença-a-Nova, criadas a 31 de Dezembro de 1975. Emblematicamente, de entre as mediadas a tomar, no sector do ensino, aceitaria a sugestão de atribuição de algumas bolsas de estudo para apoiar alunos ais carenciados do nosso concelho, candidatos ao ensino superior ou a frequentá-lo?
Aceito, concerteza, e o desafio que vos lanço é que nos ajudem a criar um regulamento para atribuir essa bolsa de estudo, para que no próximo ano lectivo, seja já uma realidade, aliás é uma sugestão que o Professor e Vereador João Manso já nos tinha feito e consta do nosso programa eleitoral.

Palmatória – A Pedro da Fonseca é uma instituição que, ao longo dos anos, tem vindo a desempenhar um papel relevante no nosso concelho. Que tipo de parcerias e apoios pensa que pode estabelecer com a nossa escola para apoiar, por exemplo, visitas de estudo, prática de natação, promoção de eventos?
Como sabem o vereador responsável pela área da Educação, Desporto e cultura é o professor João Manso e é também um dos responsáveis pela vossa escola, por isso é certamente uma das pessoas mais conhecedora das vossas necessidades e da forma de as resolver.
Quanto à prática de natação, o que vos prometo e vamos cumprir muito rapidamente, é que todos os alunos do concelho terão possibilidades de no âmbito das suas aulas de educação física frequentar a piscina Municipal.
Quanto às visitas de estudo serão patrocinadas pela câmara em função do seu interesse académico e também lúdico, mas com critérios bem definidos.
Quanto à promoção de eventos estamos completamente abertos a todas as vossas sugestões e a colaborar em parceria com a escola em tudo quanto entenderem que a câmara pode ajudar.

Palmatória – Eu, Sérgio, sou do Malhadal, pensa requalificar o estradão que liga a minha aldeia às Corgas, facilitando assim os transportes escolares e o tempo de ligação entre estas povoações e Proença?
Pensamos, Sérgio, logo que seja possível vamos asfaltar aquele estradão.

Palmatória – Eu, Daniel, sou do Vale da Mua. O Sr. Presidente tem algum projecto para o Vale da Mua ou para a minha freguesia, o Peral?
Temos, vamos requalificar a estrada Principal, em parceria com as Estradas de Portugal EP, vão ser construídos passeios ao longo da estrada, no Vale Clérigo, Pedra do Altar e Vale da Mua, vamos construir esgotos no Vale Clérigo e Pedra do Altar, asfaltar as ruas do Vale da Mua, estas são algumas das medidas que temos para a freguesia do Peral.

Palmatória – Eu, Rafaela, sou de Proença. Há zonas, sobretudo periféricas, com fraca iluminação. Pensa melhorá-la e fazê-la chegar à rua e zona de Vale Frade?
Vamos requalificar algumas ruas em Proença, e a melhoria da iluminação pública, inclui-se nessa requalificação, mas a zona do Vale Frade , e especialmente a rua que referiste é um exemplo de um caminho florestal, que deveria ter sido requalificado antes das casas construídas, agora vai ser mais difícil mas, vamos fazê-lo e contamos com a colaboração dos proprietários dos terrenos, para construir ali uma rua que dignifique a vila e as pessoas que lá moram, o que não acontece actualmente.

Palmatória - Eu, Luís, sou das Cimadas. Na escola somos sensibilizados para a reciclagem de resíduos. Na minha aldeia só há vidrão. Era possível completar aquele ecoponto? E aceitar-me-ia como cicerone numa visita guiada à minha aldeia?
Vamos tratar disso, Luís no início do ano de 2006 vamos com muito gosto visitar as Cimadas contigo e de certeza, que ainda encontramos lá mais algumas coisas para fazer.

Palmatória – eu, Raquel, sou do Espinho (Moitas) – Ouvi falar da intenção de lutar por uma escola de bombeiros, nas Moitas. Pode falar-nos dessa proposta e, ainda, da situação do Centro de Ciência Viva?
A escola de Bombeiros foi um projecto idealizado por nós para ajudar a rentabilizar aquelas infra-estruturas que estão subaproveitadas e para trazer pessoas de fora ao nosso concelho, e será uma realidade durante o ano de 2006 ou 2007.
O Centro de Ciência Viva é um projecto que tem sofrido alguns atrasos e existem alguns problemas que terão que ser ultrapassados, mas temos fortes e fundadas esperanças de que possamos abrir aquele espaço ao público já no início do ano lectivo 2006/2007.

Muito obrigado, Eng.º João Paulo Catarino. Agora, esperamos uma visita à nossa escola, pois será bem-vindo, não só como presidente mas também como ex-aluno e, portanto, nosso ex-colega.

(Entrevista conduzida, no âmbito da Língua Portuguesa, pelos alunos do 7º ano: Rafaela, de Proença, Daniel, do Vale da Mua, Sérgio, do Malhadal, Raquel, do Espinho e Luís, das Cimadas).

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